Achei por bem dedicar um post ao tema. Começando por ser muito sincera, o Natal já não me diz nada. Pelo menos não como antigamente. Nada, nadica. Muito bem que quando era pequena não pensava em nada de jeito além de "Ena, Natal, prendaaaaaaaaaas!". Depois cresci, desenvolvi um bocadinho o tico e o teco e a partir daí comecei a dar importância ao Natal e a tê-lo como uma época em que montamos e decoramos a árvorezinha com a mãe, estamos com a família, passamos tempo juntos na casa de um ou de outro familiar (ou na nossa, vá), convivemos, comemos, bebemos, e claro, trocamos prendas. Basicamente, era isso. E era muito bom. Ora mas parece-me a mim que só quando era mais cachopita é que a coisa tinha piada. Agora, foi-se tudo. Árvorezinha? Estar com a famelga? Não faço ideia de há quantos anos é que já não tenho árvore em casa. De quantas noites de dia 24 passei sozinha em frente ao computador. Até as prendas deixaram de ter piada. Já não se espera pela noite de 24. Mal se recebe abre-se e pronto. Tal é o cúmulo que a minha mãe há tempos chega-se ao pé de mim e diz "Olha lá, o teu irmão queria-te dar uma prenda por isso comprei estes ténis. Gostas? Depois quando abrires faz de conta que não sabes!" Tudo bem que isto deve acontecer a muita gente. Mas quando se torna costume já é feio, digo eu. A certa altura acabo por me questionar, afinal o que é o Natal? Não vou estar aqui com lições de moral porque não tenho direito de o fazer mas, alguém pensa no que significa o Natal, no que supostamente se está a festejar? É porque se pensam, muitos portugueses disfarçam bem. É que antes até parecia que davam importância ao estar em família. Agora, não. Por isso é que me dá gosto ver pessoas que ainda o fazem.
Um dia destes deparei-me com os seguintes factos:
- No Natal celebra-se o nascimento de Jesus (que nasceu em Outubro)
- Entre 30 a 35 milhões de pinheiros são cortados e vendidos como Árvores de Natal todos os anos
- Durante as duas semanas de Natal e Ano Novo são enviadas mais de 75 biliões de mensagens de "Boas Festas" (por SMS, e-mail ou postal), o que equivale a cerca de 11 mensagens por ser humano
Não vou dizer que penso no nascimento de Jesus porque é mentira. Não sou nada religiosa. Não vou dizer para toda a gente mudar o que anda a fazer, cada um sabe de si. Mas eu, na minha humilde opinião, vejo o Natal como uma época de consumismo e não acho bem que as compras sejam a prioridade das pessoas. Uma época em que se exagera ainda mais na compra de porcarias para os miúdos. Em que se compram os chocolates e perfumes para a mamã, as meias e os pijamas para o papá. Uma época em que gastar não faz mal. Porque o português até pode estar em crise mas a média de compra da capital não deixa de estar acima da média de compra das outras capitais da Europa (veja-se o lado positivo, há qualquer coisa em que não estamos abaixo da média!). Até pode estar em crise mas, afinal, o Natal é uma época em que se deve apertar o cinto e comprar tudo mesmo que depois não haja dinheiro para comer no mês seguinte.
Dar prendas e miminhos tudo bem. Mas fazer do Natal só isso, é triste. Não vou ser cínica e dizer que não gosto de receber prendas e que se devia abolir tal coisa. É normal gostar de receber, penso eu. Eu gosto mas, sinceramente, sou muito pouco materialista. Prefiro oferecer, fazer uma surpresa a alguém e receber um sorriso gigante. Sabe tão bem. E, o que dá mesmo gosto, é usar o Natal para estar em família. Aproveitar para dizer que se gosta de alguém. Abraçar alguém no meio do frio de Dezembro. Receber o tal sorriso. Quem der mais valor a isto e tiver a oportunidade de estar em família, os meus parabéns!
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