quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mais um dia...

Ah, viagens de autocarro. De certeza que já aqui falei nelas. Além de algumas engraçadas e outras mázinhas (felizmente raras) porque o dia foi terrível, porque estamos com uma dor de cabeça daqui até à lua, porque a vizinha de assento está em cima de nós com mil sacos, na sua maioria estas viagens até são bastante comuns. Em quase todas viajo sozinha, e gosto. Claro que há dias (também raros) em que apetece mesmo trocar um dedo de conversa com um conhecido qualquer ou com um amigo que raramente vejo. Nesses dias não aparece ninguém. Pelo contrário, nos dias em que queremos mesmo mesmo estar sozinhos (não estou a contar com a companhia que muitas vezes tenho via sms), aparece um conhecido que faz questão de nos chatear, quando só me apetecia ouvir música lá aparece alguém para falar da morte da bezerra. Ou então, e acreditem que não é melhor, aparece aquele rapazito que gosta de nós há imenso tempo e que decide ir a viagem toda sentado à nossa frente a sorrir, com um olhar tão meloso que faz impressão. Esse rapazinho muda-se posteriormente para o banco atrás de mim e mexe-me no cabelo carinhosamente. Passados uns dois minutinhos eu saio. Não de propósito claro (cof cof), era a minha paragem.
Enfim, então e a quantidade de coisas que é possível fazer durante uma viagem destas de meia horinha, han? Ele é pessoas a ler, escrever, estudar, comer, falar (ou gritar) o caminho todo ao telemóvel/com o motorista/com o companheiro do lado/com todos os presentes, dormir (às vezes a ressonar), enrolar cigarros (ou ganzas), roer as unhas, cortar as unhas (ainda estou para perceber as pessoas que não cortam as unhas no wc, ou seja, em casa!), tentar convencer os outros a aderir a uma certa religião (normalmente a jeová), fazer ginástica (não me lembro de termos técnicos agora) nos varões ou que raio é aquilo que todos (acho eu) os autocarros têm, beijar o namorado/a como se estivesse em casa, descascar fruta, tirar cera dos ouvidos com chaves ou com a unha gigante do dedo mindinho, etc etc. É uma lista interminável. Eu além de ouvir música e mandar sms, pouco faço. Continuo a convencer-me a mim mesma que ler ali me faz doer a cabeça. Para não me sentir sempre mal com isso, hoje passei os olhinhos pelo livro de código. Mas pronto, normalmente vou distraída com os meus pensamentos. Basicamente, vou a falar comigo mesma. Não é alto, não sou assim tão atrofiada da mioleira. O autocarro deve ter algum efeito terapêutico ou assim. Hoje, que me lembre, debati comigo mesma que não posso nem devo esperar por sinais divinos por parte do mundo. Há coisas que não vale a pena procurar e tentar perceber, só são quando têm de ser. Somos todos diferentes, há que lidar com isso. A segunda conclusão a que cheguei foi que vou sempre acreditar no melhor das pessoas. Tudo bem que há muita gente que se calhar não vale a pena mas, de qualquer maneira, continuarei a fazer o que faço quando saio à rua, com todo o gosto. Continuarei a andar com o meu ar feliz e despreocupado. Continuarei a sorrir com coisas simples. É bom ser assim!

Hoje também cheguei à conclusão, uma vez mais, que aquilo a que chamam aulas de código não me servem de muito (graças à senhora que as dá). Infelizmente, não tenho coragem de pedir à senhora para assinar as aulas todas e estudar só em casa. Enfim, há que ver o lado positivo, já estão a acabar e sempre tenho uma desculpa válida para sair de casa caso a mãe esteja em dia de refilar.

1 comentários:

Nada disse...

vou começar pelo fim...as aulas de codigo foram feitas para serem assinadas e nunca la meter os pés, isto porque não se aprende nada!

É bom que mantenhas uma perspectiva positiva com a vida, nos dias que correm não é o mais facil e é louvavel que penses assim. Faz por ti que ninguem o fará...e faz com gosto!!
A vida é curta demais para complicar...mas a verdade é que é comprida quando ha unhas a serem projectadas na nossa direcção =P

Uma boa semaninha*
(vou entrar e sair do teu blog para ser a visita 300...muahaha)

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